quarta-feira, 2 de março de 2016

Uma aventura no Deserto (conto original)


EB1 com JI de Santa Rita – Lousã
Texto original de Afonso Gomes e Lara Simões (4.º A) 

A história que vos vamos contar aconteceu num dia em que um rapaz chamado João resolveu começar a estudar o antigo Egito. Passava horas a fio a ler livros e a ver documentários sobre os faraós e tudo o que dissesse respeito àquela antiga civilização. Sempre a seu lado, estava o seu cão Milk. Certa noite, o cansaço já era tanto que ele adormeceu. Foi então que, através do sonho, ele foi transportado para o Egipto.
João estava maravilhado. O que lhe estava a acontecer era o que ele mais queria. Caminhou, até que encontrou um homem chamado Ali:
- Queres vir comigo explorar aquela pirâmide? - perguntou o homem.
- Sim, quero! – respondeu o João, todo entusiasmado.
Então lá entraram. Viram muitos túmulos e, para tal, tiveram de passar por serpentes, códigos e paredes secretas e deslizantes. Numa dessas paredes, o cão do João ia quase ficando entalado e esmagado. Felizmente escapou por pouco. Uns metros mais à frente, João e Ali encontraram muitos homens à volta de uma mulher. Parecia uma rainha. João olhou com mais atenção. Não! Não podia ser! Parecia a Cleópatra!
- Quem és tu? – perguntou o João.
- Eu sou Cleópatra. E os dois serão meus escravos.
- Nem pensar! Quem és tu para nos dar ordens? – disse o Ali irritado. O João também estava ofendido com a afirmação da Cleópatra.
  Vendo o caso mal parado, os dois desataram a fugir, mas o cão do rapaz atrapalhou-se e acabou por entrar numa outra pirâmide. Sem saber, entrara no templo de Tutankamon. O jovem faraó achou o cão tão engraçado que começou logo a brincar com ele e, verdade seja dita, também o animal simpatizou logo com o Tutankamon. O faraó tirou-lhe a coleira.
- Assim ficas mais à vontade – disse ele, fazendo uma festinha no animal.
Ao fim de algum tempo, o cão lembrou-se do João. Mas para onde teria ele ido? Tutankamon percebeu que ele estava com saudades do seu dono. Saíram os dois e foram à procura do rapaz.
O cão desatou a correr, pois já tinha farejado o dono. O João estava agora no palácio a lutar com um sacerdote mascarado. Tutankamon gritou:
- Larga esse homem!
O sacerdote, desobedecendo a Tutankamon, continuou a querer agredir o João. Foi então que Tutankamon se aproximou e deitou o sacerdote ao chão. O jovem faraó chamou os guardas para o levaram para a prisão, mas o sacerdote conseguiu fugir antes que o apanhassem.
- Vamos atrás dele! – gritou o João.
Durante a perseguição, o sacerdote acabou por chocar com uma rapariga que levava um cesto carregadinho de tâmaras:
- Pisgue-se da minha frente – gritou o homem chamado Pula. Entretanto, no meio da multidão, João, o seu cão e Tutankamon perderam de vista o sacerdote. Perguntaram então à rapariga que tinha sido empurrada:
- Minha menina, pode-me dizer para onde foi o sacerdote Pula?
- Claro que sim. Foi por aquela rua - respondeu a rapariga das tâmaras.
- Muito obrigado pela informação - disse o João.
- Esperem por mim! - gritou a menina - Já agora, ainda não me apresentei. Sou a Amália.
- Muito prazer, Amália. Queres acompanhar-nos? - perguntou o João.
- Claro! Vamos lá!
Então foram todos à procura do homem chamado Pula. As ruas eram um autêntico labirinto e foi assim que, por acaso, o sacerdote apareceu mesmo à frente daqueles que o perseguiam:
- Tira a máscara, bandido! – ordenou o João.
- Está bem – respondeu o sacerdote mascarado.
O homem tirou a máscara e… era o Ali!
- Desculpem. Eu não vos queria fazer mal - disse ele.
- Ali?! És tu? – João estava surpreendido.
- Sim. Sou eu. Eu vou dizer-vos uma coisa. Eu não tenho amigos e, por isso, queria fechar-vos numa pirâmide, para que ficassem sempre comigo - acrescentou o Ali.
-Tudo está bem, quando acaba bem – respondeu o João – Mas tens de perceber uma coisa: não é dessa forma que arranjas amigos. Tens de conquistá-los.
O João, o seu cão, Ali, Tutankamon e Amália ali estavam todos divertidos, quando, subitamente, uma voz foi subindo de tom:
- Está na hora, João! Acorda, preguiçoso!
Foi então que o João acordou. Já não estava no Egito, mas sim no seu quarto.
- Mãe, mãe!
- O que foi, filho?
- Eu tive um sonho. Estava no deserto. Conheci o faraó Tutankamon, estive no interior duma pirâ… - a mãe não estava para ouvir disparates e interrompeu-o logo:
- Está bem, agora vamos tomar o pequeno-almoço. Não queres chegar atrasado às aulas, pois não?
O João saiu da cama, acreditando que tudo aquilo não passara de um sonho. Repara então num pormenor. Porque teria ele areia nos pés? João olhou para o seu cão. Reparou que ele não tinha coleira.

Se alguém passar no deserto do Egito, pode ser que encontre a coleira do cão do João. É feita de couro e tem o nome Milk gravado numa pequena chapa de metal. 

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