sexta-feira, 18 de março de 2016

Companhia Marimbondo diverte crianças de Santa Rita

Detlef Schafft e Eva Cabral (foto: Carlos Sêco)

No dia 16 de março, a Escola EB1 com JI de Santa Rita foi palco de um teatro de fantoches de luva. Além dos bonecos, também apareciam duas personagens bem divertidas chamadas Laila e Sr. Filipo, acompanhado do seu realejo. A companhia de teatro Marimbondo brindou os alunos com a peça intitulada “A Melodia Perdida”. A peça relata a história de uma menina que não conseguiu entrar no coro da escola. Ficou triste e, por esse motivo, foi passear. Durante o passeio encontrou uma árvore que soltava uma melodia muito bonita. A Laila apanhou-a e guardou-a numa caixa. Por acaso ela guardou-a no seu quarto, mas a sua avó, curiosa, abriu a caixa que tinha a melodia lá dentro e ela saiu da caixa.
Seguidamente a melodia andou por todo o lado, até que chegou ao realejo do Sr. Filipo. Perguntou ao cão Óscar, aos galos e à vaca. Por fim, perguntou aos sapos. Entretanto, o Sr. Filipo pensava que o seu realejo estava estragado. Mas não. Na verdade, era a melodia da Laila que tinha ido parar ao realejo do Sr. Filipo.
Foi divertido ver o Sr. Detlef, fundador da Companhia Marimbondo, chamar ao palco a professora Cristina, que ajudou o artista a fazer malabarismos.

Outro momento que arrancou gargalhadas ao público foi quando o artista entrou numa sala a pedir silêncio. A seguir, o Sr. Filipo pôs o chapéu na bengala, equilibrando-a no nariz. Tudo acabou numa grande salva de palmas. Este espetáculo estava integrado no programa da Festa do Livro e do Saber que decorreu na Lousã. Valeu a pena recebermos a Companhia Marimbondo que anda há mais 25 anos a divertir crianças e adultos de todo o mundo.
Beatriz Neves, Catarina Bruno e Gonçalo Silva 
(4.º A - EB1 com JI de Santa Rita)

quinta-feira, 17 de março de 2016

O Furacão que Mudou Vidas (conto original)


Texto original de Francisco Barreleiro e André Marques (4.º A)
EB1 com JI de Santa Rita – Lousã

Esta é a história de um senhor que passava o seu tempo a cultivar alimentos. Um dia, sem que ninguém previsse, passou pela sua casa e horta um grande furacão. Naturalmente, quando o senhor Diogo – assim se chamava o nosso agricultor - foi à horta, ele ficou arrasado por não encontrar nada daquilo que, na véspera, era o seu orgulho e fruto do seu esforço.
- Ai meu Deus, a minha casa e a minha horta foram levadas por um furacão! – assim se lamentava o senhor Diogo, acreditando que a esta hora, habitação e horta já teriam chegado à China.
Tratou logo de chamar os amigos: o mágico, o cavaleiro e o cientista. E lá foram todos para junto do senhor Diogo. Prepararam as malas e lá seguiram o seu palpite: apanharam um avião direto para a China! Ao fim de muitas horas de voo e depois de apreciarem a Grande Muralha da China, viram finalmente o que tanto procuravam:
- Ali estão a casa e a horta, vamos lá! – exclamou o senhor Diogo.
Chegados ao local, o senhor Diogo, o mágico, o cavaleiro e o cientista preparavam-se para entrar na casa, quando alguém gritou:
- Não podem entrar! – eram os chineses. Um deles ainda acrescentou:
- Desafio um de vocês para um combate de karaté e quem ganhar recebe a horta e a casa. O combate começa daqui a três dias.
Quando chegou o dia do desafio, o mágico fez uma magia e… abracadabra! O senhor Diogo tinha um escudo invisível que o protegia de qualquer agressão. Por mais poderoso que fosse o seu adversário e por mais que lhe batesse, nada aconteceria ao senhor Diogo. E assim aconteceu. Vencido pelo cansaço, o chinês acabou por desistir, mas como tinha mau perder, respondeu desta forma:
- Não te vou devolver a tua casa e a horta!
O mágico voltou a intervir, transformando o guerreiro chinês num querido, fofo e inofensivo panda e foi assim que recuperaram a casa e a horta em definitivo.
Quando chegou a casa, o senhor Diogo ficou desolado com o que viu: na horta estava tudo murcho. O mágico não resistiu e, mais uma vez, voltou a usar a varinha de condão e… abracadabra! A horta ficou viçosa como era.
Entretanto, o senhor Diogo e os seus amigos foram descobrindo os encantos daquela terra longínqua. A tal ponto que acabaram por querer viver para sempre naquele país asiático. O mágico fez um escudo à volta da horta e da casa e, desta forma, resolveram um problema que os apoquentava: os altos índices de poluição. Assim, a horta e a casa ficaram protegidas numa primeira fase.
A seguir, foi a vez de o cientista fazer alguma coisa: num abrir e fechar de olhos, construiu uma máquina para acabar de vez com a poluição. O governo chinês ficou eternamente agradecido ao cientista. Por sua vez, o cavaleiro foi convidado a dar aulas de equitação aos chineses, já que andar a cavalo era bem mais ecológico do que usar o automóvel.
Quanto ao senhor Diogo, apostou ainda mais na agricultura, especialmente na produção de arroz biológico. E foi um sucesso, já que não há chinês que não goste de arroz. Abriu também um restaurante, onde, certo dia, aconteceu uma coisa divertida: não é que um dos seus clientes estava a comer uma deliciosa sopa de peixe e, sem mais nem menos, o principal ingrediente saiu disparado para o ar!? O Diogo ainda tentou apanhar o peixe para o devolver ao cliente do restaurante, mas por mais que tentasse não conseguiu. Foi outra vez precisa a intervenção do mágico para resolver a situação. Abracadabra! O peixe ficou preso numa bolha de água e, a voar, foi parar ao rio mais próximo.

Seja como for, a vida correu às mil maravilhas a estes amigos. Bendito aquele furacão que levou a casa e a horta do senhor Diogo para o outro lado do mundo!

O canto do artista: Cédric por Francisco Pereira

Aqui fica um trabalho da autoria do Francisco Pereira, do 4.º A da EB1 com JI de Santa Rita. É inspirado na personagem de banda desenhada Cédric, criada pela dupla belga Raoul Cauvin (argumento) e Laudec (desenho). Parabéns ao artista que reproduziu com grande pormenor a capa de um dos livros daquele rapazito de oito anos pouco estudioso.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Dominador e os soldados robóticos (conto original)


EB1 com JI de Santa Rita – Lousã
Texto e desenho originais de Francisco Pereira
e Martim Martins (4.º A)

Era uma vez, há muito tempo, um cientista camponês que gostava de fazer descobertas malucas. Certo dia, fez uma descoberta sensacional: uma cura para a vida de milhões de pessoas, mas, se caísse nas mãos erradas, as consequências poderiam ser desastrosas.

Passaram muitos anos e a descoberta acabou por cair no esquecimento. Até que foi encontrada por um malfeitor mais conhecido como o “Dominador'' que vivia num castelo sombrio. No seu interior, passava o tempo a criar imensos soldados robóticos dotados de alto armamento.

Entretanto, numa aldeia desconhecida, dois meninos brincavam felizes da vida. Um chamava-se Francisco e o outro Martim. Um dia, os pais decidiram ir para a cidade e por lá ficaram algum tempo, deixando os rapazes à vontade.

Aproveitando a ausência dos pais, os dois meninos foram dar um passeio, fora da cidade. Andaram e andaram, até que encontraram um lugar muito bizarro e sombrio. Mais espantados ficaram quando deram de caras com um castelo ainda mais escabroso.

- Ei, Francisco! Não achas que nos afastámos demasiado de casa? É que este sítio dá-me cá uns arrepios.

- Não sei, Martim. Talvez tenhas razão, mas eu gosto de aventuras.

- Vá, anda! Vamos entrar no castelo – sugeriu o Martim, a tremer que nem uma gelatina.

Estavam os dois no interior do edifício, quando o Francisco também se deixou apoderar pelo medo e começou a gaguejar:

- Acho... cho... cho que po… podíamos voltar para trás.

- Acho que sim. Ninguém nos obriga a avançar – respondeu o Martim.

- Ok, vamos a isso.

Estavam decididos a deixar aquele local, mas agora não conseguiam encontrar a porta da saída. Passaram por todas as divisões, todos os corredores, mas não havia qualquer forma de sair. E o tempo foi passando, até que...

- Aaaaaaaaaaahhhhhhh!!! – gritaram os dois em simultâneo. Logo de seguida, os dois caíram e ouviu-se um som estranho em tudo semelhante a um estrondo.

- Ai! Mas onde é que estamos, Francisco?

- Não sei, mas no ponto em que estamos, só podemos investigar esta mancha preta com torres.

- OK. Vamos continuar. Pode ser que encontremos algo.

Os dois tinham já percorrido uma série de túneis em tudo iguais, quando ouviram dois gritos:

- Soooocoooooorrooooooo!!!

- Ei, tu ouviste o mesmo que eu, Martim?

- Vamos ver o que se passa!

Foi então que, vinda do nada, se ouviu uma voz, a mesma do pedido de socorro:

- Ajudem-nos! - À frente do Francisco e do Martim estavam duas raparigas e logo perguntaram-lhes:

- Quem são vocês?

- Ajudem-nos! Eu sou a Joana e ela é a Matilde. Estamos aqui presas desde 2014.

- Venham connosco! – ordenou o Francisco.

Depois de libertadas, as duas raparigas foram com eles, mas, mal começaram a recuar, apareceu um dos robôs do exército do "Dominador". 

- Ei, o que é aquela máquina com um ar ameaçador? – perguntou o Martim.

- É mais uma das invenções do "Dominador" – respondeu a rapariga mais velha.

- Quem é o "Dominador"? – questionou o Francisco.

- É um homem que quer dominar o mundo – esclareceu a menina mais nova.

Os quatro desataram a fugir, tentando escapar àquela máquina infernal. O robô estava praticamente a apanhá-los quando, de repente:

- Corta! – gritou alguém com um ar muito zangado.

Foi então que o robô se desligou e um círculo de pessoas formou-se à volta das quatro crianças.

- Mas quem são vocês e o que fazem aqui? – perguntou um senhor mal-humorado, com uma boina na cabeça, um charuto no canto da boca e um megafone na mão.

- Nós somos o Francisco e o Martim. E vocês, quem são?

- O meu nome é Roberto Spagheti!

- Roberto Spagheti, o célebre realizador? – perguntou o Francisco, boquiaberto.

- Em carne e osso. Posso saber por que motivo estragaram a minha cena?

- Cena? Mas então isto é um filme? Acho que cometemos aqui um grande erro. Aceite as minhas desculpas, Sr. Roberto Spagheti – respondeu o Martim muito envergonhado.

Foi assim que, depois de desculpados, os dois rapazes ficaram a assistir ao resto das filmagens e, no fim, ainda levaram um dvd para casa com a cena da perseguição em que participaram. Tão cedo não esqueceriam o que lhes acontecera.

terça-feira, 8 de março de 2016

O Quadro Transportador (conto original)


EB1 com JI de Santa Rita – Lousã
Texto original de Daniel Cunha e Miguel Paulino (4.º A)

Era uma vez um menino que se chamava James. Tinha 12 anos e dois grandes amigos. Certo dia, como estava um pouco aborrecido, resolveu ir ao sótão da sua casa. Quem sabe se ele não encontraria algo interessante. E não é que aconteceu mesmo isso?! Descobriu um quadro que era um bocadinho estranho. Foi então que chamou os seus amigos.
O que o James e os seus amigos não sabiam é que o quadro era um portal mágico que os levava para o mundo das fantasias. Eles encostaram-se ao quadro e, como por magia, foram engolidos e transportados para uma outra dimensão.
No interior da imagem pintada, tudo era feito de guloseimas da cor do arco-íris.
Os rapazes ainda não queriam acreditar no que lhes estava a acontecer. Ao longe eles viram um castelo muito grande, onde havia uma grande quantidade de robôs que pareciam guloseimas.
- Miam, miam! Aqueles robôs devem ser deliciosos – exclamou o James, lambendo os cantos da boca.
- Eu vou lá provar um bocadinho – adiantou-se logo o Carlos.
Quando chegaram ao castelo, depois de darem alguma luta, os robôs acabaram todos por ser comidos. Mas havia mais surpresas. No centro do castelo funcionava uma fábrica de robôs-guloseima. Os amigos não resistiram e comeram mais uns quantos, mas muitos dos robôs fugiram para o deserto, escapando ao apetite do James e dos seus amigos.
O James, o Carlos e o António queriam descobrir o mundo das fantasias e foi a cantar que seguiram por um caminho feito de pentaminós com a forma de uma serpente.
- Vamos viajar pelo mundo! Lá lá lá lá lá! Vamos viajar pelo mundo das fantasias, ei!
Seguiam felizes e despreocupados, quando, de repente, avistaram uma ilha no céu. O António começou logo a pensar numa forma de lá chegar, enquanto o James perguntou:
- Como é que chegamos lá acima?
Eles andaram, andaram, andaram muito, até que encontraram um tapete voador enrolado e encostado a uma árvore que, para seu espanto, logo lhes disse:
- Levo-vos para qualquer lado do mundo.
Os rapazes nem queriam acreditar no que estavam a ver: um tapete a oferecer-lhes boleia!
Ainda mal refeitos do espanto, decidiram que o primeiro sítio que queriam visitar era precisamente aquela ilha a flutuar no azul do céu.
- O que haverá naquela ilha voadora? – questionou-se o Carlos.
Segurando o mais que podiam as bordas do tapete voador, os três amigos rumaram em direção à tal ilha.
Mal chegaram, ficaram ainda mais entusiasmados, pois o circo tinha chegado à ilha e estava prestes a começar o espetáculo. O apresentador chamava os espetadores com uma voz grave:
- Venham ver, venham ver o Circo Flip Flap, com o mais espetacular conjunto de números do mundo e o super-palhaço e as suas piadas malucas!
Escusado será dizer que não perderam pitada do grande espetáculo do Circo Flip Flap. Terminadas todas as atuações, os três amigos quiseram seguir viagem, mas não viram o tapete voador, pelo que pensaram logo que ele tinha fugido ou que tinha sido roubado. Procuraram o tapete por tudo quanto era sítio, mas nada. Tinham de sair da ilha voadora, mas nenhum deles queria saltar, pois seria perigoso.
- Já viste, António? Estamos a uma altitude que nos impede de saltar. Precisamos de uma ideia e depressa! - exclamou o Carlos. Pensou rapidamente e foi então que teve uma ideia, mas não sabia se ia resultar ou não. O rapaz apresentou a sua ideia aos amigos:
- E se nós fizéssemos um paraquedas com a tenda do circo? - sugeriu o António.
- Boa ideia, António! – gritaram em uníssono o Carlos e o James.
- Então vamos lá fazer o paraquedas com a tenda do circo! – ordenou o António.
- A ideia resultou, António! Agora vamos procurar o tapete voador – disse o Carlos.
Eles andaram tanto que acabaram por descobrir o motivo do desaparecimento do seu tapete: nada mais, nada menos do que um ladrão de tapetes voadores. Eles foram a rastejar até ao seu esconderijo e, sem ele perceber, recuperaram o tapete voador. A seguir, foram a voar até ao ponto de partida, no preciso local onde toda esta história tinha começado. Transpuseram então o portal por onde tinham entrado no mundo da fantasia, de volta para o mundo real, em que o verdadeiro tesouro é o divertimento. Esta é uma aventura que ele nunca esquecerão.

No dia seguinte, voltaram ao sótão, mas o quadro tinha desaparecido. Teria ele alguma vez existido?

segunda-feira, 7 de março de 2016

O Pacificador (conto original)


Texto original de Gonçalo Silva e André Filipe
(4.º A) - EB1 com JI de Santa Rita – Lousã

Era uma vez dois reinos distantes: o reino das Espadas e o reino dos Dragões. O reino das Espadas era encantado com fadas, feiticeiros, guerreiros, cavaleiros e gigantes. No reino dos Dragões só havia lava e dragões de todas as espécies. Definitivamente o reino das Espadas não tinha sido feito para dragões.
Um dia, o rei e o conde do reino das Espadas reuniram de emergência, porque tinham a informação de que os dragões iam atacar o reino. O rei começou a preparar as suas tropas e os dragões também. O inevitável aconteceu: começou a guerra entre os dois reinos.
Veio então um menino de uma terra distante, com uma ideia fixa na cabeça: acabar com o conflito que opunha os dois reinos. O rapaz queria que os dois reinos fizessem as pazes. Falou com ambas as partes, mas nem os dragões nem os cavaleiros queriam fazer as pazes. O menino teve então uma ideia maravilhosa:
- E se eu me disfarçasse de cavaleiro? Poderia dizer, em nome de cada um dos reinos, que uma das partes se rendia – pensou o menino. 
O menino, disfarçado de soldado do Reino das Espadas, foi dizer aos dragões que se rendia. Logo a seguir, disfarçado de soldado dos dragões, o rapaz disse a mesma coisa ao rei das Espadas.
- Eu sabia que eles se rendiam! – exclamaram ambas as partes, sem saberem que dum lado e do outro havia rendição.
Até agora o plano do rapaz estava a correr bem. O pior é se fosse descoberto.
Mas faltava uma coisa muito importante: um acordo de paz assinado com tinta preta em papel branco. O rapaz serviu outra vez de mensageiro entre os dois reinos para que os dois lados se sentassem à mesma mesa para fazerem a paz em definitivo. Os dois reinos acertaram encontrar-se num sábado, ao meio-dia, precisamente na linha que separa os dois territórios. Na hora certa, lá estavam os representantes dos dois reinos para assinarem o acordo. O rei e o dragão estavam prestes a assinar, quando, de repente, os líderes dos dois reinos começam a olhar fixamente para o menino. O rapaz, por sua vez, sentiu as orelhas a aquecer, juntamente com um nó na garganta.
- Olha, miúdo. Tu, por acaso, não és o mensageiro do reino dos Dragões que me veio anunciar a rendição? – perguntou o rei das Espadas.
O menino engoliu em seco.
Depois, foi a vez de o rei dos Dragões ficar ainda mais desconfiado:
- Calma aí, esse rapaz foi quem veio ter comigo a dizer-me que vocês, habitantes no reino das Espadas, se entregavam. O que significa tudo isto?
Os mais altos representantes dos dois reinos e os seus apoiantes estavam prestes a agredir-se, quando, subitamente, apareceu alguém a gritar:
- O reino dos Dragões está a ser atacado pelos espíritos da noite!
Quase logo a seguir, outra pessoa entra em cena, em pânico:
- Acudam, acudam! O reino das Espadas está a ser atacado pelos espíritos da noite!
Mal ouviram estas palavras, os dois governantes uniram-se e trabalharam em conjunto, para afastar o mesmo invasor. Foi assim que, ficando do mesmo lado, os dois reinos não tiveram dificuldade em derrotar as forças dos espíritos da noite.
Afastado o perigo, os dois reinos perceberam que tinham mais a ganhar se estivessem do mesmo lado.
O rapaz, que tinha sido o grande responsável pela reaproximação dos dois reinos, foi perdoado e nunca foi esquecido. Ainda hoje é considerado um herói nos dois reinos.

sexta-feira, 4 de março de 2016

O Mistério do Castelo Assombrado (conto original)


Texto original de Tiago Oliveira e Gabriel Correia 
(4.º A - EB1 com JI de Santa Rita – Lousã)

Havia numa terra não muito longe daqui, ali para os lados do sol posto, um castelo que muitos diziam ser assombrado. Sempre que chegava o Dia das Bruxas, os meninos e meninas iam pedir doces ao castelo. As crianças ouviam uma voz horripilante, assustavam-se e fugiam com medo para casa.
Certo dia, as crianças foram ao castelo durante o dia para investigar, mas, mal viram um esqueleto, começaram a correr a sete pés e só pararam na esquadra da polícia, onde se foram queixar. Os polícias foram de imediato até ao castelo assombrado. O castelo, além de ser assombrado, era também mágico. Os polícias inspecionaram todas as divisões e, como não encontraram nada de anormal, olharam severamente para as crianças e disseram-lhes:       
- Mas vocês andam a gozar connosco? Vá, digam-me lá os vossos nomes.
E os meninos lá responderam:
- Nós somos o João, a Sofia, o Luís e a Simone.
Os polícias foram-se embora, mas as crianças decidiram ficar ali a noite toda, à espreita. Sabiam que há muitos anos ali tinha vivido uma bruxa muito má que não gostava nada de crianças. Dizia-se que o espírito da bruxa vagueava pelas divisões do castelo assombrado. O João sabia a história de cor e contou-a à irmã e aos primos:
- Naquele tempo, o castelo não era assombrado. Era de uma linda princesa que vivia com o seu pai, mas um dia veio uma bruxa que assombrou o castelo e depois ela ficou com ele.
Quando o João contou essa história, os primos e a irmã ficaram com medo e, a partir daí, nunca mais quiseram ir sozinhos ao castelo. No dia seguinte, conheceram um menino muito corajoso e fizeram-lhe a seguinte proposta:
- Queres brincar connosco no castelo assombrado? – perguntou a Sofia.
- Claro que quero ir convosco ao castelo. Vamos, estou preparado para uma grande aventura! – respondeu o rapaz.
 E lá foram ao castelo com o objetivo de descobrir pistas. Joaquim, assim se chamava o jovem, disse a brincar:
- Isto é muito assustador! – mas na verdade nada o amedrontava.
Os meninos foram então investigar o castelo assombrado. No princípio, nada abalou a confiança das crianças, até que ouviram uma voz assustadora. Ainda assim, não fugiram.
- Desta vez não vamos ter medo. Por isso, mostre a sua cara! – gritou o Joaquim.
Ouviu-se uma voz aguda semelhante à de uma bruxa:
- Vão-se embora daqui!
Cheio de coragem, o Joaquim respondeu, desafiador:
- Daqui não saímos, daqui ninguém nos tira!
Foi então que a bruxa desatou a rir, mas o riso já não era assustador. Parecia feliz, como que aliviada e, à medida que ria, o seu rosto foi mudando de feições até revelar a cara de uma jovem. Também as suas roupas se transformaram e ali ficou à frente das crianças a mais bela de todas as princesas. Não queriam acreditar no que estava ali a acontecer à sua frente.
- Quem és tu? – perguntou, boquiaberto, o Joaquim, enquanto as outras crianças se escondiam atrás dele.
- Sou a princesa que a bruxa um dia amaldiçoou e há muito que esperava por este dia.
- Mas como aconteceu esta transformação?
- A maldição duraria enquanto houvesse medo. No dia em que aparecesse alguém corajoso e capaz de me desafiar, o feitiço quebrar-se-ia – explicou a princesa – e foste tu quem acabou com a maldição, pelo que te estou eternamente agradecida.

A princesa e as crianças tornaram-se amigas e o castelo é hoje um dos monumentos mais visitados da região, uma vez que todos o procuram pelo seu lado sombrio e assustador, mas sem a bruxa que afugentava quem quer que se aproximasse do sítio.

quinta-feira, 3 de março de 2016

O Mundo Secreto dos Dinossauros (conto original)


EB1 com JI de Santa Rita – Lousã
Texto original de Tiago Góis e Guilherme Simões (4.º A)

A nossa história começa com dois irmãos chamados Roberto e Pedro. São historiadores e, numa das muitas explorações que fazem, certo dia, encontraram um esqueleto de dinossauro. Coisa fabulosa, não é? Mas ouçam o que aconteceu a seguir.
- Cuidado, Pedro! - alertou o Roberto.
- Roberto, sabes de que tipo de dinossauro é esse esqueleto? - perguntou o Pedro.
- Não sei - respondeu o Roberto.
- Não temos nada para escavar o esqueleto de dinossauro. É esse o nosso problema! - concluiu o Pedro.
- Tenho uma ideia! - exclamou o Roberto.
- Qual é? – perguntou de imediato o Pedro.
- A minha ideia é ir chamar o nosso amigo Filipe. Aquele que é construtor! - sugeriu o Roberto.
Foram chamar o Filipe e logo voltaram com uma escavadora. O próprio Filipe vinha a conduzir a máquina e, imediatamente, começaram as escavações.
- Já sei de que tipo é este dinossauro! - exclamou o Roberto.
- De que tipo é? - perguntou o Pedro.
- Este dinossauro é um T-Rex! – afirmou entusiasticamente o Roberto.
- Podemos procurar mais esqueletos de dinossauro? - perguntou o Filipe.
- Claro, Filipe. Vamos nessa! – respondeu o Pedro.
Andaram, andaram até que o Roberto tropeçou numa pedra e à frente dele estava um osso da cauda de mais um dinossauro.
- Pedro, anda cá! - chamou o Roberto.
O Pedro aproximou-se e viu a tal cauda do dinossauro. O Filipe aproximou-se e disse:
- Boa! – exclamou - Mas temos um problema: a nossa retroescavadora ficou sem gasóleo.
Resolveram ir buscar combustível, mas acabaram por perder-se. Chegaram perto de uma gruta e, como entretanto começou a chover, decidiram abrigar-se nela. Foi então que o Roberto, inadvertidamente, ativou um mecanismo na rocha e abriu-se ali uma passagem mesmo à sua frente. Descobriram então um mundo novo. Ao longe viram uma grande fortaleza natural, toda feita de pedra, com – imaginem só! - um dinossauro enorme no seu ponto mais alto. Sim, um dinossauro verdadeiro e vivo, com esqueleto, mas revestido.
- Uau! - exclamaram os três em coro.
- Que fixe! - disse o Pedro.
Como era possível que ninguém tivesse conhecimento deste mundo onde os dinossauros eram os reis? E o mais espantoso é que aqui eles ainda estavam completos: com carne e osso, ao passo que, no mundo do Roberto, do Filipe e do Pedro, dos dinossauros já só restavam os esqueletos.
Os três amigos estavam maravilhados com o que estava a ver, mas tinham de tomar uma decisão: ou davam a conhecer este local secreto e tornavam-se mais conhecidos do que o Indiana Jones, ou não diziam nada a ninguém e aquele mundo ficaria preservado para sempre. Pois bem, os três historiadores decidiram voltar à passagem e para bem da ciência não contaram a ninguém o que viram. Só eles e nós é que sabemos.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Uma aventura no Deserto (conto original)


EB1 com JI de Santa Rita – Lousã
Texto original de Afonso Gomes e Lara Simões (4.º A) 

A história que vos vamos contar aconteceu num dia em que um rapaz chamado João resolveu começar a estudar o antigo Egito. Passava horas a fio a ler livros e a ver documentários sobre os faraós e tudo o que dissesse respeito àquela antiga civilização. Sempre a seu lado, estava o seu cão Milk. Certa noite, o cansaço já era tanto que ele adormeceu. Foi então que, através do sonho, ele foi transportado para o Egipto.
João estava maravilhado. O que lhe estava a acontecer era o que ele mais queria. Caminhou, até que encontrou um homem chamado Ali:
- Queres vir comigo explorar aquela pirâmide? - perguntou o homem.
- Sim, quero! – respondeu o João, todo entusiasmado.
Então lá entraram. Viram muitos túmulos e, para tal, tiveram de passar por serpentes, códigos e paredes secretas e deslizantes. Numa dessas paredes, o cão do João ia quase ficando entalado e esmagado. Felizmente escapou por pouco. Uns metros mais à frente, João e Ali encontraram muitos homens à volta de uma mulher. Parecia uma rainha. João olhou com mais atenção. Não! Não podia ser! Parecia a Cleópatra!
- Quem és tu? – perguntou o João.
- Eu sou Cleópatra. E os dois serão meus escravos.
- Nem pensar! Quem és tu para nos dar ordens? – disse o Ali irritado. O João também estava ofendido com a afirmação da Cleópatra.
  Vendo o caso mal parado, os dois desataram a fugir, mas o cão do rapaz atrapalhou-se e acabou por entrar numa outra pirâmide. Sem saber, entrara no templo de Tutankamon. O jovem faraó achou o cão tão engraçado que começou logo a brincar com ele e, verdade seja dita, também o animal simpatizou logo com o Tutankamon. O faraó tirou-lhe a coleira.
- Assim ficas mais à vontade – disse ele, fazendo uma festinha no animal.
Ao fim de algum tempo, o cão lembrou-se do João. Mas para onde teria ele ido? Tutankamon percebeu que ele estava com saudades do seu dono. Saíram os dois e foram à procura do rapaz.
O cão desatou a correr, pois já tinha farejado o dono. O João estava agora no palácio a lutar com um sacerdote mascarado. Tutankamon gritou:
- Larga esse homem!
O sacerdote, desobedecendo a Tutankamon, continuou a querer agredir o João. Foi então que Tutankamon se aproximou e deitou o sacerdote ao chão. O jovem faraó chamou os guardas para o levaram para a prisão, mas o sacerdote conseguiu fugir antes que o apanhassem.
- Vamos atrás dele! – gritou o João.
Durante a perseguição, o sacerdote acabou por chocar com uma rapariga que levava um cesto carregadinho de tâmaras:
- Pisgue-se da minha frente – gritou o homem chamado Pula. Entretanto, no meio da multidão, João, o seu cão e Tutankamon perderam de vista o sacerdote. Perguntaram então à rapariga que tinha sido empurrada:
- Minha menina, pode-me dizer para onde foi o sacerdote Pula?
- Claro que sim. Foi por aquela rua - respondeu a rapariga das tâmaras.
- Muito obrigado pela informação - disse o João.
- Esperem por mim! - gritou a menina - Já agora, ainda não me apresentei. Sou a Amália.
- Muito prazer, Amália. Queres acompanhar-nos? - perguntou o João.
- Claro! Vamos lá!
Então foram todos à procura do homem chamado Pula. As ruas eram um autêntico labirinto e foi assim que, por acaso, o sacerdote apareceu mesmo à frente daqueles que o perseguiam:
- Tira a máscara, bandido! – ordenou o João.
- Está bem – respondeu o sacerdote mascarado.
O homem tirou a máscara e… era o Ali!
- Desculpem. Eu não vos queria fazer mal - disse ele.
- Ali?! És tu? – João estava surpreendido.
- Sim. Sou eu. Eu vou dizer-vos uma coisa. Eu não tenho amigos e, por isso, queria fechar-vos numa pirâmide, para que ficassem sempre comigo - acrescentou o Ali.
-Tudo está bem, quando acaba bem – respondeu o João – Mas tens de perceber uma coisa: não é dessa forma que arranjas amigos. Tens de conquistá-los.
O João, o seu cão, Ali, Tutankamon e Amália ali estavam todos divertidos, quando, subitamente, uma voz foi subindo de tom:
- Está na hora, João! Acorda, preguiçoso!
Foi então que o João acordou. Já não estava no Egito, mas sim no seu quarto.
- Mãe, mãe!
- O que foi, filho?
- Eu tive um sonho. Estava no deserto. Conheci o faraó Tutankamon, estive no interior duma pirâ… - a mãe não estava para ouvir disparates e interrompeu-o logo:
- Está bem, agora vamos tomar o pequeno-almoço. Não queres chegar atrasado às aulas, pois não?
O João saiu da cama, acreditando que tudo aquilo não passara de um sonho. Repara então num pormenor. Porque teria ele areia nos pés? João olhou para o seu cão. Reparou que ele não tinha coleira.

Se alguém passar no deserto do Egito, pode ser que encontre a coleira do cão do João. É feita de couro e tem o nome Milk gravado numa pequena chapa de metal. 

terça-feira, 1 de março de 2016

As agentes secretas - Amazónia em perigo (conto original)


EB1 com JI de Santa Rita – Lousã – 4.º A
Texto original de Catarina Elisa Antunes Bruno
e Beatriz Raquel Coelho das Neves


Duas agentes secretas são chamadas à selva da Amazónia para resolver um caso muito problemático. Uma das meninas chama-se Isabela e a outra Carolina. A Isabela, que é muito corajosa, andou e andou, até que encontrou uma cabana. A noite caiu, entretanto, e, cansada, a rapariga adormeceu.
No dia seguinte, ela acordou com um grupo de pessoas à sua volta. Pertenciam à Tribo Kuikura e formavam um círculo de fogo, não deixando a Isabela escapar. Desesperada, sem saber o que fazer, a rapariga já não acreditava poder sair dali com vida. Foi então que, do nada, apareceu a sua amiga Carolina pendurada numa escada de corda. Um helicóptero tinha-a trazido até àquele local para salvar a sua amiga. Já no interior do helicóptero, as duas agentes secretas andaram à procura de uma gruta onde estava escondido um cristal muito valioso. Esta era a missão que lhes tinha sido confiada: encontrar esta pedra preciosa capaz de proteger as árvores da floresta amazónica. Passaram por armadilhas e mais armadilhas, mas, a certa altura, acabaram por cair num buraco grande.
– O que fazemos? Tens material para nos tirar daqui? É que eu não tenho nada comigo – disse a Isabela.
– O que aquilo? É uma luz? - perguntou a Carolina.
– Vamos lá ver! – respondeu a Isabela.
Seguiram na direção da luz, penetrando cada vez mais naquele buraco que, afinal, era uma galeria que parecia não ter fim. Andaram durante um longo período de tempo, até que chegaram a uma gruta.
Sabem que gruta era? Adivinham? Pois era a gruta do cristal valioso! Elas encontraram o cristal valioso, mas aconteceu uma coisa que elas não esperavam. Apareceu um macaco chamado Mico, que lhes perguntou:
– O que fazem aqui?
– Nós vamos para a nossa cabana – responderam prontamente a Carolina e a Isabela ao mesmo tempo.
Dormiam tranquilamente no interior da cabana, quando, subitamente, acordaram com um barulho esquisito.
Algo de anormal estava a acontecer à sua volta: as árvores estavam a desaparecer rapidamente sem que ninguém soubesse como. Perceberam também que a tribo Kuikura tinha seguido o rasto delas e que estavam a queimar a cabana com os seus paus de fogo. Elas lutaram com todas as suas forças, até que conseguiram escapar à única tribo que havia naquela selva. A sua cabana estava toda ardida.
– O que fazemos? – perguntou a Carolina.
– Nada. Já não há nada a fazer – disse a Isabela. Foi então que, no meio das cinzas, surgiu uma palavra feita de brasas que as duas raparigas não conheciam:
– Patatu? O que raio quer esta palavra dizer? – interrogou-se a Isabela.
Ao dizer esta palavra, aconteceu um milagre: libertado pela palavra mágica, apareceu uma espécie de espírito. Um espírito bom, tendo em conta o seu aspeto.
– O que querem vocês, minhas meninas bonitas?
– Nós… nós… não… que… queremos fazer mal. Vamos já embora daqui – gaguejou a Carolina.
– Esperem! Eu chamo-me Patatu e a minha função é ajudar as pessoas – disse o espírito com um ar fofo e um sorriso na cara, para que as meninas não tivessem medo dele.
– OK! Queres juntar-te a nós nesta aventura? – perguntou a Isabela.
- Sim! Pode ser.
Elas e o espírito continuaram a sua viagem. Entretanto, encontraram o seu helicóptero.
- Olha, é o nosso helicóptero! – disseram as duas ao mesmo tempo.
– E tu, Patatu, vens connosco? – perguntou a Carolina.
– Sim, eu vou convosco.
– Olha, Patatu, tu que és um espírito, não podes desaparecer e depois encontras-nos em nossa casa? É que o nosso helicóptero demora dez minutos a chegar a nossa casa.
– OK. Até daqui a dez minutos – disse o espírito.
Aconteceu então algo que as duas raparigas não esperavam: o seu helicóptero caiu na costa, mas, felizmente, elas escaparam ilesas e nadaram até estarem em terra firme.
Já recompostas, as duas decidiram que estava na hora de salvar as árvores da Amazónia, pois, caso contrário, em pouco tempo, aquele que é considerado o pulmão do mundo desapareceria.
Para que a floresta fosse salva, o cristal teria de ser colocado no ponto mais alto da Amazónia.
- Mas como é que fazemos isso? Já não temos o helicóptero – lamentou-se a Isabela.
- Já sei! – exclamou a Carolina – E se pedíssemos ao Patatu para ele fazer isso por nós?
- Boa ideia, Carolina!
E foi assim que Patatu colocou o cristal no ponto mais alto da Amazónia, protegendo para sempre as árvores e fazendo renascer em poucos minutos aquelas que haviam sido cortadas.

Missão cumprida. As duas agentes, ajudadas por um espírito, tinham devolvido a esperança a todos os habitantes da Terra.