segunda-feira, 7 de março de 2016

O Pacificador (conto original)


Texto original de Gonçalo Silva e André Filipe
(4.º A) - EB1 com JI de Santa Rita – Lousã

Era uma vez dois reinos distantes: o reino das Espadas e o reino dos Dragões. O reino das Espadas era encantado com fadas, feiticeiros, guerreiros, cavaleiros e gigantes. No reino dos Dragões só havia lava e dragões de todas as espécies. Definitivamente o reino das Espadas não tinha sido feito para dragões.
Um dia, o rei e o conde do reino das Espadas reuniram de emergência, porque tinham a informação de que os dragões iam atacar o reino. O rei começou a preparar as suas tropas e os dragões também. O inevitável aconteceu: começou a guerra entre os dois reinos.
Veio então um menino de uma terra distante, com uma ideia fixa na cabeça: acabar com o conflito que opunha os dois reinos. O rapaz queria que os dois reinos fizessem as pazes. Falou com ambas as partes, mas nem os dragões nem os cavaleiros queriam fazer as pazes. O menino teve então uma ideia maravilhosa:
- E se eu me disfarçasse de cavaleiro? Poderia dizer, em nome de cada um dos reinos, que uma das partes se rendia – pensou o menino. 
O menino, disfarçado de soldado do Reino das Espadas, foi dizer aos dragões que se rendia. Logo a seguir, disfarçado de soldado dos dragões, o rapaz disse a mesma coisa ao rei das Espadas.
- Eu sabia que eles se rendiam! – exclamaram ambas as partes, sem saberem que dum lado e do outro havia rendição.
Até agora o plano do rapaz estava a correr bem. O pior é se fosse descoberto.
Mas faltava uma coisa muito importante: um acordo de paz assinado com tinta preta em papel branco. O rapaz serviu outra vez de mensageiro entre os dois reinos para que os dois lados se sentassem à mesma mesa para fazerem a paz em definitivo. Os dois reinos acertaram encontrar-se num sábado, ao meio-dia, precisamente na linha que separa os dois territórios. Na hora certa, lá estavam os representantes dos dois reinos para assinarem o acordo. O rei e o dragão estavam prestes a assinar, quando, de repente, os líderes dos dois reinos começam a olhar fixamente para o menino. O rapaz, por sua vez, sentiu as orelhas a aquecer, juntamente com um nó na garganta.
- Olha, miúdo. Tu, por acaso, não és o mensageiro do reino dos Dragões que me veio anunciar a rendição? – perguntou o rei das Espadas.
O menino engoliu em seco.
Depois, foi a vez de o rei dos Dragões ficar ainda mais desconfiado:
- Calma aí, esse rapaz foi quem veio ter comigo a dizer-me que vocês, habitantes no reino das Espadas, se entregavam. O que significa tudo isto?
Os mais altos representantes dos dois reinos e os seus apoiantes estavam prestes a agredir-se, quando, subitamente, apareceu alguém a gritar:
- O reino dos Dragões está a ser atacado pelos espíritos da noite!
Quase logo a seguir, outra pessoa entra em cena, em pânico:
- Acudam, acudam! O reino das Espadas está a ser atacado pelos espíritos da noite!
Mal ouviram estas palavras, os dois governantes uniram-se e trabalharam em conjunto, para afastar o mesmo invasor. Foi assim que, ficando do mesmo lado, os dois reinos não tiveram dificuldade em derrotar as forças dos espíritos da noite.
Afastado o perigo, os dois reinos perceberam que tinham mais a ganhar se estivessem do mesmo lado.
O rapaz, que tinha sido o grande responsável pela reaproximação dos dois reinos, foi perdoado e nunca foi esquecido. Ainda hoje é considerado um herói nos dois reinos.

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