Texto original de Gonçalo Silva e André Filipe
(4.º A) - EB1 com JI de Santa Rita – Lousã
Era
uma vez dois reinos distantes: o reino das Espadas e o reino dos Dragões. O
reino das Espadas era encantado com fadas, feiticeiros, guerreiros, cavaleiros
e gigantes. No reino dos Dragões só havia lava e dragões de todas as espécies. Definitivamente
o reino das Espadas não tinha sido feito para dragões.
Um
dia, o rei e o conde do reino das Espadas reuniram de emergência, porque tinham
a informação de que os dragões iam atacar o reino. O rei começou a preparar as
suas tropas e os dragões também. O inevitável aconteceu: começou a guerra entre
os dois reinos.
Veio
então um menino de uma terra distante, com uma ideia fixa na cabeça: acabar com
o conflito que opunha os dois reinos. O rapaz queria que os dois reinos
fizessem as pazes. Falou com ambas as partes, mas nem os dragões nem os
cavaleiros queriam fazer as pazes. O menino teve então uma ideia maravilhosa:
-
E se eu me disfarçasse de cavaleiro? Poderia dizer, em nome de cada um dos
reinos, que uma das partes se rendia – pensou o menino.
O
menino, disfarçado de soldado do Reino das Espadas, foi dizer aos dragões que
se rendia. Logo a seguir, disfarçado de soldado dos dragões, o rapaz disse a
mesma coisa ao rei das Espadas.
- Eu
sabia que eles se rendiam! – exclamaram ambas as partes, sem saberem que dum
lado e do outro havia rendição.
Até
agora o plano do rapaz estava a correr bem. O pior é se fosse descoberto.
Mas
faltava uma coisa muito importante: um acordo de paz assinado com tinta preta
em papel branco. O rapaz serviu outra vez de mensageiro entre os dois reinos
para que os dois lados se sentassem à mesma mesa para fazerem a paz em
definitivo. Os dois reinos acertaram encontrar-se num sábado, ao meio-dia,
precisamente na linha que separa os dois territórios. Na hora certa, lá estavam
os representantes dos dois reinos para assinarem o acordo. O rei e o dragão
estavam prestes a assinar, quando, de repente, os líderes dos dois reinos
começam a olhar fixamente para o menino. O rapaz, por sua vez, sentiu as
orelhas a aquecer, juntamente com um nó na garganta.
-
Olha, miúdo. Tu, por acaso, não és o mensageiro do reino dos Dragões que me
veio anunciar a rendição? – perguntou o rei das Espadas.
O
menino engoliu em seco.
Depois,
foi a vez de o rei dos Dragões ficar ainda mais desconfiado:
-
Calma aí, esse rapaz foi quem veio ter comigo a dizer-me que vocês, habitantes
no reino das Espadas, se entregavam. O que significa tudo isto?
Os
mais altos representantes dos dois reinos e os seus apoiantes estavam prestes a
agredir-se, quando, subitamente, apareceu alguém a gritar:
-
O reino dos Dragões está a ser atacado pelos espíritos da noite!
Quase
logo a seguir, outra pessoa entra em cena, em pânico:
-
Acudam, acudam! O reino das Espadas está a ser atacado pelos espíritos da
noite!
Mal
ouviram estas palavras, os dois governantes uniram-se e trabalharam em
conjunto, para afastar o mesmo invasor. Foi assim que, ficando do mesmo lado,
os dois reinos não tiveram dificuldade em derrotar as forças dos espíritos da
noite.
Afastado
o perigo, os dois reinos perceberam que tinham mais a ganhar se estivessem do
mesmo lado.
O rapaz, que tinha sido o grande responsável pela
reaproximação dos dois reinos, foi perdoado e nunca foi esquecido. Ainda hoje é
considerado um herói nos dois reinos.
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