EB1 com JI de Santa Rita – Lousã
Texto original de Afonso Gomes e Lara Simões (4.º A)
A
história que vos vamos contar aconteceu num dia em que um rapaz chamado João resolveu
começar a estudar o antigo Egito. Passava horas a fio a ler livros e a ver
documentários sobre os faraós e tudo o que dissesse respeito àquela antiga
civilização. Sempre a seu lado, estava o seu cão Milk. Certa noite, o cansaço
já era tanto que ele adormeceu. Foi então que, através do sonho, ele foi
transportado para o Egipto.
João
estava maravilhado. O que lhe estava a acontecer era o que ele mais queria.
Caminhou, até que encontrou um homem chamado Ali:
- Queres
vir comigo explorar aquela pirâmide? - perguntou o homem.
- Sim,
quero! – respondeu o João, todo entusiasmado.
Então
lá entraram. Viram muitos túmulos e, para tal, tiveram de passar por serpentes,
códigos e paredes secretas e deslizantes. Numa dessas paredes, o cão do João ia
quase ficando entalado e esmagado. Felizmente escapou por pouco. Uns metros
mais à frente, João e Ali encontraram muitos homens à volta de uma mulher.
Parecia uma rainha. João olhou com mais atenção. Não! Não podia ser! Parecia a
Cleópatra!
- Quem
és tu? – perguntou o João.
-
Eu sou Cleópatra. E os dois serão meus escravos.
-
Nem pensar! Quem és tu para nos dar ordens? – disse o Ali irritado. O João
também estava ofendido com a afirmação da Cleópatra.
Vendo o caso mal parado, os dois desataram a
fugir, mas o cão do rapaz atrapalhou-se e acabou por entrar numa outra
pirâmide. Sem saber, entrara no templo de Tutankamon. O jovem faraó achou o cão
tão engraçado que começou logo a brincar com ele e, verdade seja dita, também o
animal simpatizou logo com o Tutankamon. O faraó tirou-lhe a coleira.
-
Assim ficas mais à vontade – disse ele, fazendo uma festinha no animal.
Ao
fim de algum tempo, o cão lembrou-se do João. Mas para onde teria ele ido?
Tutankamon percebeu que ele estava com saudades do seu dono. Saíram os dois e
foram à procura do rapaz.
O
cão desatou a correr, pois já tinha farejado o dono. O João estava agora no
palácio a lutar com um sacerdote mascarado. Tutankamon gritou:
-
Larga esse homem!
O
sacerdote, desobedecendo a Tutankamon, continuou a querer agredir o João. Foi
então que Tutankamon se aproximou e deitou o sacerdote ao chão. O jovem faraó
chamou os guardas para o levaram para a prisão, mas o sacerdote conseguiu fugir
antes que o apanhassem.
-
Vamos atrás dele! – gritou o João.
Durante
a perseguição, o sacerdote acabou por chocar com uma rapariga que levava um
cesto carregadinho de tâmaras:
- Pisgue-se
da minha frente – gritou o homem chamado Pula. Entretanto, no meio da multidão,
João, o seu cão e Tutankamon perderam de vista o sacerdote. Perguntaram então à
rapariga que tinha sido empurrada:
- Minha
menina, pode-me dizer para onde foi o sacerdote Pula?
-
Claro que sim. Foi por aquela rua - respondeu a rapariga das tâmaras.
-
Muito obrigado pela informação - disse o João.
-
Esperem por mim! - gritou a menina - Já agora, ainda não me apresentei. Sou a
Amália.
-
Muito prazer, Amália. Queres acompanhar-nos? - perguntou o João.
- Claro!
Vamos lá!
Então
foram todos à procura do homem chamado Pula. As ruas eram um autêntico
labirinto e foi assim que, por acaso, o sacerdote apareceu mesmo à frente
daqueles que o perseguiam:
- Tira
a máscara, bandido! – ordenou o João.
-
Está bem – respondeu o sacerdote mascarado.
O
homem tirou a máscara e… era o Ali!
-
Desculpem. Eu não vos queria fazer mal - disse ele.
- Ali?!
És tu? – João estava surpreendido.
-
Sim. Sou eu. Eu vou dizer-vos uma coisa. Eu não tenho amigos e, por isso,
queria fechar-vos numa pirâmide, para que ficassem sempre comigo - acrescentou
o Ali.
-Tudo
está bem, quando acaba bem – respondeu o João – Mas tens de perceber uma coisa:
não é dessa forma que arranjas amigos. Tens de conquistá-los.
O
João, o seu cão, Ali, Tutankamon e Amália ali estavam todos divertidos, quando,
subitamente, uma voz foi subindo de tom:
-
Está na hora, João! Acorda, preguiçoso!
Foi
então que o João acordou. Já não estava no Egito, mas sim no seu quarto.
-
Mãe, mãe!
-
O que foi, filho?
-
Eu tive um sonho. Estava no deserto. Conheci o faraó Tutankamon, estive no
interior duma pirâ… - a mãe não estava para ouvir disparates e interrompeu-o
logo:
-
Está bem, agora vamos tomar o pequeno-almoço. Não queres chegar atrasado às
aulas, pois não?
O
João saiu da cama, acreditando que tudo aquilo não passara de um sonho. Repara
então num pormenor. Porque teria ele areia nos pés? João olhou para o seu cão.
Reparou que ele não tinha coleira.
Se
alguém passar no deserto do Egito, pode ser que encontre a coleira do cão do
João. É feita de couro e tem o nome Milk gravado numa pequena chapa de metal.