Desenho de Ana Moreira
Texto original de Dinis Cagica, Ana Moreira, Manuela Gueifão, Francisco Barreleiro
Era uma vez uma galinha astronauta que vivia num planeta distante. Todos os dias punha um ovo e por esse motivo o seu planeta estava cheio de ovos e ao fim de algum tempo já não havia espaço para mais. Por isso, resolveu arranjar outro planeta. Fez a sua mala, despediu-se dos seus ovos, prometeu voltar em breve e partiu à procura de um outro planeta.
O primeiro planeta que visitou foi Saturno. Experimentou pôr ovos nos anéis daquele que é o segundo maior planeta, mas eles desapareciam logo. Afinal os anéis não eram sólidos e nada nem ninguém se segurava neles. Além disso, naquele planeta só havia pedras e poeira, o que não era nada agradável para os seus ovos.
Fez novamente a mala e partiu para Plutão. Qual não foi o seu espanto quando se apercebeu do tamanho minúsculo daquele planeta. Dava apenas para meia-dúzia de ovos e assim não valia a pena. A galinha compreendeu por que motivo os cientistas consideravam Plutão um planeta anão. Decidiu então abandonar aquele planeta rochoso e por isso muito desconfortável para que ela sentasse o seu rabinho no chão. Por isso, rumou em direção a Júpiter, o maior planeta do sistema solar.
Quando lá chegou, percebeu logo que o planeta era imenso e ficou entusiasmada. “Aqui sim, não falta espaço”, pensou a galinha. O pior foi quando se levantou um vento forte que logo se transformou numa tempestade. Que grande azar! A galinha tinha escolhido a Grande Mancha Vermelha para pôr os seus ovos. Não suportou os ventos que chegavam a atingir os 500 quilómetros por hora, pelo que embalou a trouxa e deixou Júpiter.
A seguir, foi para Marte, mas mal lá chegou teve logo vontade de ir embora, porque os gases eram venenosos. Deixou o planeta vermelho para trás e foi em direção a Mercúrio e Vénus. No primeiro planeta, a galinha encontrou muitas crateras, o ideal para ela pôr todos os ovos que queria. Estava ela descansada a pôr um ovo, quando, de repente, veio um meteorito na sua direção. Por pouco não acertou nela, mas, infelizmente, o seu ovo foi atingido e ela decidiu então mudar-se para Vénus.
Desenho de Francisco Barreleiro
No planeta Vénus, ela encontrou montanhas e desfiladeiros, mas o ar era tão sufocante que a galinha foi-se logo embora.
À sua frente estava agora Úrano. Pousou no solo daquele planeta e pôs-se a olhar para o céu. Começou a contar as luas de Úrano. Uma, duas, três… vinte e uma! Úrano tinha ao todo 21 luas. A galinha teve um grande azar. Quando chegou era noite de luar e 21 luas era uma grande confusão para ela. Não pensou duas vezes: foi-se embora.
Chegou então a Neptuno, mas partiu logo de imediato, porque os ventos sopravam a 2000 quilómetros por hora e as nuvens de metano tornavam o ar irrespirável.
Na sua viagem, apanhou um grande susto. Ia ela a passar perto de um cometa, quando, de repente, sem mais nem menos, lhe apareceu um buraco negro resultante da morte de uma estrela antiga muito grande. Por pouco a galinha não foi sugada.
Ao longe, a galinha viu uma luz muito brilhante. Voou na sua direção, mas à medida que se aproximava daquele brilho, sentia-se cada vez mais quente. Era o sol e quando já estava muito perto dele, ela sentiu que estava a ficar esturricada e logo voltou para trás. Ainda queimou uma pena, mas foi o suficiente para a galinha perceber que o sol não era lugar para habitar nem tão pouco para uma ave como ela pôr ovos.
Desenho de Catarina Bruno
Foi então que ao longe a galinha viu um planeta azul muito bonito. “Uau! Parece que descobri o planeta indicado para eu pôr os meus ovos”.
Deu um salto na direção daquele planeta a que nós humanos damos o nome de Terra e finalmente encontrou o sítio definitivo. Esta história aconteceu há muitos muitos anos, num tempo em que não havia nem homens nem animais. Foi assim que a galinha foi o primeiro animal a povoar o planeta Terra e é por isso que ainda hoje há galinhas e ninguém sabe quem nasceu primeiro: se o ovo ou a galinha.
Desenho de Dinis Cagica
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