segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A maldição do Lobo (conto original)

Este é o primeiro de novos contos originais escritos pelos alunos do 4.º A da EB1 com JI de Santa Rita. Ao longo dos próximos dias publicaremos os restantes. Para já, fica este primeiro texto da autoria de Nádia Tomás e Ana Rita Carvalho.

A maldição do lobo

Um conto e desenho originais de Ana Rita Simões Carvalho
e Nádia Alexandra da Cruz Tomás
4.º A - EB1 com JI de Santa Rita - Lousã

Era uma vez um menino que vivia sozinho nos bosques. Há muito que tinha perdido os pais e, por isso, aprendera a tomar conta de si próprio. Para se alimentar, colhia frutos nos bosques que só ele conhecia e que estavam bem escondidinhos nos lugares mais secretos da floresta. Um dia, a caminho de casa, o menino chamado João apanhou um valente susto: encontrou um lobo. Cheio de medo, desatou a fugir. Mais adiante avistou umas ruínas e escondeu-se nelas como pôde.
O lobo não teve dificuldade em encontrá-lo e os dois ficaram frente a frente. Foi então que o João se apercebeu de que, afinal, o lobo não era tão mau como parecia. Os dois tornaram-se amigos e o João passou a visitar regularmente o animal.
Os dias sucederam-se e, ao fim de vários luares, um cavaleiro passou pelo bosque e viu o menino frente a frente com o lobo. Decidiu ajudá-lo, pensando que o menino estivesse em perigo. O cavaleiro agarrou no menino pelo braço, pô-lo no cavalo e seguiu em frente. O rapazito bem quis explicar ao cavaleiro que aquele lobo não era mau, mas ele não o deixou falar, recomendando-lhe descanso.
E foram a galopar em direção ao reino do cavaleiro.
- Como te chamas? – perguntou o cavaleiro.
- Eu chamo-me João e tu?
- O meu nome é Ruben. O que fazias sozinho na floresta? – quis saber o cavaleiro.
- Sempre lá vivi. Há muito que os meus pais morreram. Aprendi a governar-me sem a ajuda de nenhum adulto.
 O menino João foi dormir para casa do cavaleiro, onde também viviam a sua mulher e os seus três filhos. O João adaptou-se tão bem àquela família que, ao fim de alguns dias, todos perceberam que o melhor seria adotar o rapazito.
O cavaleiro, por sua vez, também guardava uma tristeza no coração: há muito que perdera o seu irmão. Nunca soube se morrera ou se ainda era vivo. Simplesmente desaparecera.
O tempo passou, mas o João não se esquecera do seu primeiro lar: a floresta. Além disso, nos seus sonhos, o lobo aparecia vezes sem fim, como que a pedir-lhe para voltar aos bosques. O cavaleiro apercebeu-se de que algo não ia bem com o João e, por isso, certa manhã, resolveu levar o menino a dar um passeio a cavalo. O João quis rever a floresta onde tinha vivido. Ao passar na casa velha onde tinha vivido, João sentiu a presença do lobo, mas não o viu. João imaginou que o lobo não lhe tivesse aparecido com receio do cavaleiro.
- Sentes-te mais feliz por teres regressado à floresta? – perguntou o cavaleiro.
- Sim… - respondeu timidamente o rapaz.
Na verdade, havia muita tristeza no seu coração. Por um lado, estava feliz por ter regressado à floresta, mas o que ele realmente queria era estar com o seu amigo lobo. Quando se conheceram, prometeram um ao outro que ninguém poderia saber da sua amizade.
O cavaleiro e o João regressaram a casa, mas algo tinha mudado no rapaz. Ele estava menos triste. Nas noites que se seguiram, João voltou a ter o mesmo sonho. Desta vez brincava com o lobo, mas quanto mais brincava com ele, menos ele se parecia com um lobo.
Na manhã seguinte, o menino acordou sobressaltado. O cavaleiro veio logo ter com ele.
- O que se passa contigo, João?
- Tive um sonho com o lobo da floresta. Estava a brincar com ele e, à medida que falávamos, as suas feições foram mudando, até ele se transformar num homem…
- Um homem parecido comigo? – perguntou o cavaleiro.
- Sim, mas diferente. Enquanto tu tens olhos azuis, o homem que aparece nos meus sonhos tem olhos verdes e uma cicatriz na mão esquerda…
O menino ainda não tinha acabado a descrição do sonho e já o cavaleiro se tinha levantado e olhava pela janela na direção da floresta.
- É o meu irmão… - repetia o cavaleiro – É o meu irmão.
Nessa mesma manhã, o cavaleiro e o João regressaram à floresta e de lá não saíram até terem encontrado o lobo com que o João tinha brincado. Assim ficaram a saber que o lobo era afinal o irmão do cavaleiro e pai do João. Fora enfeitiçado ao picar a mão esquerda numa roseira amaldiçoada. Ainda era visível a cicatriz. Não se sabe se a maldição algum dia acabou. O que se sabe é que o João, o cavaleiro (que era seu tio, afinal) e o lobo viveram felizes até ao fim das suas vidas.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Alunos de Santa Rita visitam Museu Dr. Louzã Henriques



No dia 16 de dezembro de 2015, os alunos do 4.º A da EB1 com JI de Santa Rita ficaram a saber um pouco mais sobre o seu passado. No âmbito da disciplina de Oficina de Projeto, cujo tema é "Lousã, da raiz à Serra", aprenderam como viviam os seus antepassados, numa visita que efetuaram ao Museu Dr. Louzã Henriques.
Neste espaço, doado pelo Dr. Louzã Henriques, há ferramentas, carros de bois, trajes e outros utensílios que são autênticos vestígios de um passado ainda não muito distante. Guiados pelo Dr. Vítor Maia e Costa, as crianças puderam descobrir objetos já caídos em desuso, mas que foram de grande utilidade no passado. É o caso da salgadeira, dentro da qual era conservada a carne de porco, num tempo em que não havia frigoríficos, Mas não só. Há também as cangas, pedaços de madeira ricamente decorados, que eram colocadas no cachaço dos bois e que variavam de acordo com o estatuto do dono.
Mereceu grande atenção dos alunos a cozinha serrana, espaço onde o xisto impera e onde são poucas as semelhanças com as comodidades do presente.
Esta deslocação ao museu foi uma interessante aula de história magnificamente orientada pelo Dr. Vítor Maia e Costa. Os alunos não perderam uma pitada das suas explicações e foram muitas as perguntas que fizeram, Para quem não conhece este espaço, fica a sugestão.

A minha primeira banda desenhada

No 4.º A da EB1 de Santa Rita, na disciplina de Expressão Plástica, os alunos meteram mãos à obra e decidiram fazer a sua própria prancha de banda desenhada. Primeiro, aprenderam algumas coisas sobre aquela que é considerada a 9.ª Arte.
Prancha, tira, vinheta, balão de fala, balão de pensamento, movimentos cinéticos, onomatopeias. Estes são termos que os autores de banda desenhada bem conhecem e os alunos desta turma também os ficaram a conhecer.
Aprendida a lição, com a ajuda do professor, os meninos e as meninas, partindo de um argumento original, estruturaram a sua BD e elaboraram a sua prancha. Revelamos aqui a prancha da autoria de Nádia Tomás, de 11 anos, que está de parabéns pelo trabalho que realizou.
Aliás todos os alunos surpreenderam pela positiva e as suas pranchas podem ser apreciadas no salão da Escola EB1 com JI de Santa Rita, onde os seus desenhos estão expostos. Vale a pena ver a primeira banda desenhada destes jovens artistas.

Alunos de Santa Rita com texto publicado em "Uma Aventura no Estádio"

Já não é a primeira vez que a Escola de Santa Rita tem alunos vencedores no concurso "Uma Aventura Literária". Já tínhamos dado conta da ida de um grupo de alunos a Lisboa para receber um prémio entregue pelas próprias Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, autoras da coleção "Uma Aventura". Chega-nos agora finalmente às mãos o livro que inclui os textos vencedores dos alunos da EB1 de Santa Rita. Trata-se da 19.ª edição de "Uma Aventura no Estádio" e neste livro podem deliciar-se com os textos da autoria da Lara Simões, da Catarina Moreira, do Daniel Cunha, do Guilherme Simões, do Afonso Gomes e da Ana Rita Carvalho. Parabéns a estes aprendizes de escritores.